Reportagem: Blanche Amancio Silva
31 de maio é o Dia Mundial sem Tabaco e a campanha da Organização Mundial de Saúde para este ano foca em conscientizar a população sobre as táticas nocivas da indústria do tabaco, especialmente entre os jovens. O tabagismo leva a mais de 8 milhões de mortes a cada ano e mais de 1,2 milhão de mortes são resultado de não-fumantes expostos ao fumo passivo.
“O Brasil é reconhecido pela OMS por suas políticas públicas de combate ao fumo, mas, mesmo assim, as pessoas pouco sabem sobre os efeitos do fumo e seus impactos na pele, daí que é papel dos profissionais da saúde levantar voz para falar sobre o Dia Mundial sem Tabaco”, alerta o dermatologista Weber Coelho, mestre em Dermatologia pela USP.
O tabagismo afeta diretamente a saúde da pele, acelerando o envelhecimento cutâneo, comprometendo a cicatrização e aumentando o risco de doenças dermatológicas graves como psoríase, hidradenite supurativa, lúpus cutâneo e até câncer de pele.
“Graças às políticas públicas como a proibição de propaganda de cigarros e mensagens de alerta nas embalagens, aumento de impostos e ambientes livres de fumo, o Brasil conseguiu reduzir, por exemplo, de 34%, em 1989, a 10% de fumantes em 2023 e isso é uma vitória. Mas, ainda assim, temos visto pessoas jovens com a saúde da pele já bastante comprometida. É preciso manter este tema em debate”, comenta o dermatologista.
O médico cita alguns problemas dermatológicos provocados pelo fumo:
- Envelhecimento precoce: como o cigarro destrói colágeno e elastina, promovendo rugas e flacidez.
- Doenças inflamatórias: associação entre fumo e maior gravidade de condições como psoríase e dermatite atópica.
- Cicatrização prejudicada: porque fumantes têm mais complicações após cirurgias dermatológicas ou procedimentos estéticos.
- Manchas e coloração da pele: efeito do tabagismo na pigmentação e no aspecto geral da pele.
- Aumento do risco de câncer de pele não melanoma: especialmente em combinação com exposição solar.
- Dermatologia estética: como o histórico de fumo interfere em tratamentos estéticos como botox, preenchimentos e peelings.
O médico reforça que a automedicação e o uso de receitas caseiras são riscos para a saúde, podendo agravar problemas na pele ou levar ao surgimento de outras doenças.
“Além dos danos internos, é fundamental entender que a pele também sofre — e muito — com o tabagismo. Cuidar da saúde da pele é também cuidar da saúde como um todo”, explica Weber Coelho, que também é dermatologista pela SBD-Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Fonte: Texto Comunicação