Reportagem: Daniel Gonçalves de Medeiros
Representantes de dez empresas brasileiras se preparam para participar da feira de alimentos e bebidas Food Africa, que começa no próximo dia 3 de dezembro, no Cairo, Egito, mirando inserir produtos no país mais populoso do continente africano e pela primeira vez, na maioria dos casos.
O grupo conta com as paranaenses Grano Real (granolas) e Danês Alimentos (rações para pets), a catarinense Coperaguas (feijões), as gaúchas Neokin Foods (carnes) e DaColônia (doces), a goiana Áurea Internacional (pipocas, feijões e grãos), a capixaba Stefanoni Interagrícola (commodities agrícolas), a matogrossense Dassoler (gergilim, feijão, milho e soja) e as paulistas Camap (amendoins) e Holen Trading (commodities agrícolas).
Na Food Africa, elas vão expor no estande da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, que promove negócios entre empresas do Brasil e dos países da Liga Árabe, entre eles o Egito, em mais uma ação do projeto Halal do Brasil, iniciativa de fomento à exportação de alimentos halal, voltados aos consumidores muçulmanos, liderada pela entidade em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos (ApexBrasil). A missão à Food África também terá o apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e da Embaixada do Brasil no Egito.
Fernanda Dantas, head de negócios internacionais da Câmara Árabe, afirma que o objetivo é buscar negócios que viabilizem a inserção de novas categorias de alimentos brasileiros no Egito. O país já é um dos principais destinos das exportações brasileiras na Liga Árabe. Em 2023, as vendas à nação africana somaram US$ 2,31 bilhões, boa parte em alimentos como açúcar, milho, carne bovina, de aves, óleo de soja, soja em grãos e na versão triturada. Dantas, no entanto, vê na participação na Food Africa a oportunidade de ampliar as vendas de itens de valor agregado, ainda pouco prevalentes por lá.
“Durante os três dias da feira, as participantes vão expor produtos e buscar contatos com os importadores do Egito e dos países vizinhos que frequentam o evento. Temos um bom mix de produtos, com os tradicionais líderes da pauta de exportações, mas também itens novos, de valor agregado, industrializados e com certificação halal. Isso é muito importante. Num país de maioria muçulmana, como o Egito, a certificação atesta que o produto foi feito em respeito à religião, sendo mais bem recebido pelo consumidor”, explica a especialista.
Para estimular o contato das empresas brasileiras com potenciais parceiros, a equipe do escritório da Câmara Árabe no Cairo convidou os principais importadores de alimentos baseados na capital egípcia para visitar o estande e participar dos eventos previstos para o espaço durante a Food Africa.
Um dos eventos é a abertura do estande, a ser feita pelo embaixador do Brasil no Egito, Paulino Franco de Carvalho Neto, que vai destacar na ocasião os 100 anos de relações diplomáticas entre os países e o acordo de livre comércio Mercosul-Egito assinado em 2017, que caminha para efetivar suas últimas listas de isenções.
Os adidos comerciais lotados na embaixada, junto com servidores do Ministério da Agricultura, também estarão no estande durante a feira para realizar ações institucionais de promoção do Brasil e seus produtos.
Sobre o Halal do Brasil
O Halal do Brasil – projeto realizado para Câmara de Comércio ÁrabeBrasileira (CCAB) em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) – visa acelerar o processo de inserção internacional das indústrias com produtos halal no mercado mundial, fomentando uma cultura exportadora brasileira para mercados islâmicos e não-islâmicos por meio de um projeto de apoio a negócios internacionais.
Fonte: Câmara de Comércio Árabe-Brasileira