Reportagem: Natalia Rech
Nos meses de junho e julho, o Brasil celebra a tradicional festa de São João, um evento repleto de fogos de artifício, fogueiras e balões, muitas vezes manuseados sem orientação adequada. Observa-se um aumento significativo nos índices de atendimento por queimaduras em todo o país durante este período.
Estima-se que o Brasil registre aproximadamente 1 milhão de acidentes com queimaduras anualmente. Desses, 100 mil vítimas procuram assistência hospitalar e cerca de 2,5 mil acabam falecendo, direta ou indiretamente, em decorrência das lesões.
Segundo Antônio Rangel, enfermeiro da Vuelo Pharma e especialista no tratamento de queimaduras e lesões de pele, a maioria dos acidentes ocorre por manuseio inadequado de produtos que causam queimaduras.
“É preciso máxima atenção ao lidar com fogo, fogos de artifício e alimentos quentes, principalmente na presença de crianças. Inúmeros são os casos de crianças e bebês que se queimam com líquidos quentes, como o quentão e a canjica. Estas queimaduras podem ser profundas e extremamente dolorosas”, ele adverte.
Quando se trata de fogos de artifício e produtos químicos, a especialista enfatiza a importância da leitura das instruções. “É crucial seguir as recomendações do fabricante, pois os produtos químicos podem causar queimaduras severas, explosões e até levar à morte”, destaca Rangel.
Em caso de queimaduras, sua orientação é lavar o ferimento com água corrente, evitar cobrir a área afetada, não aplicar nada além de água e procurar assistência médica para casos mais sérios. “A aplicação de pomadas, pasta de dente, ervas e similares não é recomendada, pois pode agravar a queimadura”, ressalta.
Para o tratamento pós-queimadura, Rangel recomenda o uso de um curativo à base de celulose que atua isolando as terminações nervosas e minimizando a dor.
Fonte: Agência Souk